Uso do Plástico na Construção Civil cria Soluções Inovadoras com Redução dos Custos

Plásticos oferecem soluções para reduzir custos com alta qualidade.

A fabricação de produtos para o segmento da construção civil é o principal mercado consumidor de produtos plásticos, responde por algo em torno de 23% do total de transformados no país, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).

O material está presente em todas as etapas do setor, desde a execução das obras até sua liberação, em inúmeras aplicações.

A participação no mercado de transformação reflete a importância da indústria da construção civil. Estima-se que a venda de produtos para a atividade deve movimentar esse ano valor em torno de R$ 200 bilhões.

A perspectiva para 2021 é alvissareira. O setor, em 2020, já havia apresentado dificuldades menos acentuadas do que outras atividades.

No ano passado, as obras não pararam mesmo com as restrições impostas pelas autoridades para promover o isolamento social.

O auxílio emergencial de R$ 600 por mês distribuído no segundo semestre colaborou com as vendas no varejo e aqueceu economia.

E 2021 começou bem. Estudo promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) informa que no primeiro semestre houve crescimento de 24,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

O número é expressivo, mesmo levando-se em conta a fraca base das vendas no mesmo período em 2020.

Com o desempenho e a perspectiva do avanço da vacinação, a associação revisou recentemente a estimativa de crescimento para 2021, que no início do ano era de 4%, para 8%.

A pesquisa não apresenta dados referentes à participação do plástico nesse universo.

De acordo com informações prestadas pela Abiplast, a produção física de tubos e acessórios plásticos demonstra crescimento que ultrapassou os números anteriores aos da pandemia.

Uso de Plásticos Transformados na Construção:

O sistema construtivo com esferas plásticas (bubble deck) tem como objetivo reduzir o peso das lajes, de forma a proporcionar maior agilidade nas obras, menor custo, menor impacto ambiental e ainda isolamentos térmico e acústico.

As esferas são fabricadas de polipropileno e inseridas entre duas telas de aço, de forma a ocupar uma zona de concreto sem função estrutural.

Com o recurso a laje fica mais leve, utiliza menos materiais como vigas, permite aumento de produtividade e reduz impactos ambientais.

O sistema bubble deck é um exemplo dado por técnicos da Abiplast sobre as muitas soluções inovadoras para a construção civil que podem ser encontradas a partir do investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Tudo graças às propriedades do plástico, como resistência mecânica e à corrosão, obtenção de isolamento térmico e acústico, leveza, flexibilidade, higiene, entre outras.

A importância da matéria-prima é ressaltada pelo presidente da Abramat, Rodrigo Navarro:

“Seja no produto final, seja na embalagem, ou em alguma das muitas etapas do nosso processo produtivo, o plástico possui papel muito relevante na indústria de materiais de construção”.

Nas construções prediais, ele aponta os sistemas de tubulações e seus acessórios para instalações de água, esgoto, drenagem, eletrodutos, caixas e quadros de distribuição para instalações elétricas prediais, reservatórios de água, forros, pisos e paredes, portas e janelas, telhas e sistemas de isolamento térmico, acústico e de impermeabilização, entre vários outros itens.

Sem falar na grande presença do plástico nas obras de infraestrutura.

“Estão crescendo também aplicações de reciclados na composição de vários elementos da construção”, ressalta Navarro.

Entre as resinas recicladas, o setor é o principal consumidor de PVC, polietileno de alta densidade e EPS. Esses materiais são utilizados na fabricação de produtos como conexões, mangueiras, esquadrias, molduras e rodapés, telhas e lajes, entre outros.

Tamanha diversidade se mostra um filão de negócios para lá de atraente para os transformadores.

Um nome bastante representativo do setor é o Grupo Tigre, empresa nacional com atuação em vários países e que possui amplo portfólio de produtos plásticos para diversas etapas das obras prediais e de infraestrutura.

O carro chefe é a linha de tubos e conexões para aplicações de distribuição de água e gás, tratamento de esgotos e irrigação.

Um exemplo de lançamento recente da Tigre é a Unifam, estação de tratamento de esgoto unifamiliar desenvolvida pela divisão de água e efluentes.

“Com dimensões reduzidas, a estação faz tratamento biológico aeróbio pelo sistema de lodos ativados e tem eficiência superior a 90% nos parâmetros físico-químicos e microbiológicos”, informa Vinicius Miranda de Castro, diretor de desenvolvimento de negócios com clientes.

Castro explica que o segmento predial responde por dois terços das vendas da empresa. “O restante se divide entre obras de infraestrutura e irrigação”.

O diretor está otimista em relação ao desempenho das vendas este ano. “A receita deve ter crescimento de pelo menos dois dígitos”.

Resinas Plásticas: Nas inúmeras aplicações do plástico na construção civil são usadas resinas as mais variadas.

Entre elas, o PVC é o mais representativo.

Com a adição de aditivos como plastificantes, lubrificantes, estabilizantes, pigmentos e corantes, entre outros, é possível obter uma infinidade de “grades” para distintos usos.

Podemos citar tubos e conexões, revestimento de pisos, esquadrias e janelas, telhas, isolamento de fios e cabos elétricos e conduítes.

O EPS também é bastante usado no setor por apresentar homogeneidade estrutural, isolamentos térmico e acústico e leveza.

É aproveitado em lajes, no isolamento de paredes molduras, rodapés, rodatetos e decorações.

As polioamidas, com alta rigidez, alto ponto de fusão e alta resistência química, são indicadas para aplicações técnicas como condutores de gás de média pressão.

A expectativa de vultosos investimentos nos próximos anos resultante da aprovação do novo marco regulatório do saneamento básico anima os participantes da indústria de tubos de maiores dimensões fabricados em polietileno.

Também merecem menção o uso de PP e até de plásticos de engenharia, por exemplo, na fabricação de torneiras.

Para a Braskem, multinacional brasileira produtora de resinas plásticas, o setor é altamente relevante.

Os produtos oferecidos por ela para este segmento são PVC, polietileno e polipropileno.

Uma preocupação ressaltada pela empresa é a de trabalhar em parceria com os transformadores, de forma a encontrar soluções inovadoras para aplicações as mais distintas.

“No primeiro semestre de 2021, o setor de infraestrutura sentiu o impacto das medidas restritivas implementadas no cenário de pandemia, mas é esperada recuperação significativa no mercado para o segundo semestre de 2021”, informa Renato Yoshino, diretor de Agro, Infra & Indústrias.

Almir Viana, diretor de Vinílicos, destaca a importância desse mercado nas vendas de resinas de PVC.

Ele destaca que a resina, dentre os termoplásticos, é a que oferece melhor balanço de custo com rigidez, atrelado ao fato de ser segura em condições de incêndio (não propaga chamas) e sinônimo de praticidade em aplicações que demandam processos de extrusão, seja de flexíveis ou rígidos.

Os dois diretores observam oportunidades de crescimento da participação do PVC rígido na produção de esquadrias, telhas, perfis de acabamento de tetos e paredes, entre outras.

Esta é uma curadoria de conteúdo da RX Brasil sobre uso do plástico na construção civil. Para continuar lendo, acesse o site do Plástico.com.